sábado, 1 de abril de 2017

Os 5 R’s






A educação ambiental se desenvolve por meio da compreensão dos conceitos de cidadania, considerando os direitos e os deveres que cada pessoa tem em seu meio, particularmente em relação ao outro e à natureza. Nesse sentido, faz-se necessário o desenvolvimento de ações permanentes que promovam o fortalecimento de uma consciência maior sobre os problemas ambientais, de modo a incentivar a participação da população no esforço pela renovação dos recursos naturais e pelo equilíbrio do ecossistema.
O processo no qual essa conscientização se dá, sinaliza para um aprendizado contínuo, voltado ao fomento de novos valores e de uma nova cultura. Nessa caminhada rumo ao objetivo maior, a estratégica assertiva está no estímulo à população para que aja de forma coordenada, em cadeia, numa corrente do bem que se efetive na prática cotidiana, por meio de atitudes que vão impactar positivamente o ambiente e que podem ter um alcance global, como vem ocorrendo nas redes sociais em prol de muitas bandeiras ambientais. Mas para dar esse salto qualitativo no exercício da cidadania, a sociedade terá que se preparar, começando por enfrentar alguns desafios impostos pela modernidade e pela própria evolução tecnológica.
Consumo e lixo  O exemplo mais emblemático do momento é o lixo, que cresceu exponencialmente nos últimos anos, em decorrência do aumento do consumo e da predominância da cultura do descartável, cuja lógica é a da substituição, e não a da reparação. Segundo relatório da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), os brasileiros estão consumindo mais e descartando numa quantidade nunca antes vista. De 2012 para 2013, o crescimento foi da ordem de 4,1%. Em 2012, foram geradas 201.058 toneladas diárias de lixo, no ano seguinte, 209.208 toneladas. Ao mesmo tempo, essa escalada do descarte não foi acompanhada de avanços significativos em gestão ambiental de qualidade, destaca o documento. Quase metade do que os brasileiros jogam fora (41,7%) ainda vai para os lixões, sem controle adequado e com altos índices de poluição.
O destino a ser dado ao lixo, bem como a definição de papeis e responsabilidades inerentes ao descarte, está nas diretrizes contidas na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305/10, que coloca todos os consumidores, pessoas físicas e jurídicas, como corresponsáveis pelo lixo que produzem. Cabe à União, Distrito Federal, estados e municípios atuarem de forma sincronizada e sistêmica e com base nos planos de gestão do lixo. A política é considerada inovadora em seus pressupostos, pois além de imputar a responsabilidade compartilhada entre os entes geradores de resíduos, ainda promove a inclusão social dos catadores de materiais recicláveis na cadeia produtiva do lixo.
Somente por meio dos planos de gestão, estruturados entre poder público, empresas e sociedade será possível dar destinação ambientalmente adequada ao lixo. Tratar o lixo é uma questão de saúde pública e a melhor forma de aproveitar materiais de valor econômico, possíveis de serem reaproveitados, reciclados e até mesmo voltarem à cadeia produtiva na forma de matéria-prima, como ocorre com as latinhas de alumínio e as embalagens Tetra Pak.
Em seu artigo Consumo consciente: Por onde começar, o professor, doutor Emiliano Lôbo de Godoi, da Escola de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Goiás (UFG) diz: “É preciso que a sociedade se veja como agente do processo de mudança. Normalmente, não nos vemos como parte da solução dos problemas. É mais confortável pensar que essa responsabilidade cabe apenas aos governantes, aos legisladores e à justiça, ou seja, a solução não está em nossas mãos. Não nos vemos como elementos ativos dessa questão. Não pensamos que nossas atitudes diárias têm grande impacto no ambiente”.
Os primeiros passos – A destinação adequada do lixo segue uma rotina que começa nas atitudes individuais, com a separação entre o lixo úmido (orgânico) e o reciclável (seco) nas residências. Após a separação, cabe ao poder público municipal realizar a coleta seletiva, que é o primeiro passo para a reciclagem do lixo não orgânico. Nesse cabedal de boas práticas se sobressaem os conceitos planificados na sigla dos 5 R’s. Trata-se de um postulado, fruto das reflexões acerca da sustentabilidade, que se tornou um instrumento útil na educação ambiental para a mudança de mentalidade.
Os 5 R’s foram concebidos com base nos fundamentos do PDCA – sigla em inglês, cuja tradução significa: planejar, executar, verificar e ajustar. Trata-se de um método de gestão utilizado no controle e melhoria de processos e produtos, muito empregado também pelas empresas na conscientização ambiental de seus colaboradores. O conceito dos 5 R’s resume de maneira simples e objetiva as diretrizes fundamentais a serem seguidas na relação consumo x lixo, considerando a exigência legal da destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos. De fácil entendimento e memorização, a prática dos 5 R’s tornou-se o bê-á-bá da educação ambiental. Seu conteúdo é um orientador para a mudança de hábitos, estimulando os cidadãos a refletirem sobre valores e práticas de consumo.


Fonte: http://www.blogdolixo.com.br
Aplicar os 5 R’s significa:
  1. Repensar (hábitos e atitudes de consumo);
  2. Reduzir (geração de lixo);
  3. Reaproveitar (aumentar a vida útil dos produtos);
  4. Reciclar (transformar materiais beneficiados em matéria-prima para novos produtos);
  5. Recusar (não consumir produtos que geram impactos ambientais significativos, e que não sejam essenciais).